sexta-feira teve algo de diferente

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sexta-feira teve algo de diferente

(esse aqui tem conteúdo sexual - avisando)

sexta-feira eu me senti uma deusa. não por nada que fiz, mas por tudo que eu podia fazer. não tem preço a liberdade. não tem preço, eu pago quanto for. não me importa. eu gasto minhas palavras, meus argumentos, eu gasto todo o meu latim. eu me arrasto por caminhos emocionais dolorosos, tudo vale a pena. todo preço se paga. a magia da minha vida é poder desejar e poder viver o desejo. juro amá-lo, respeitá-lo e ser-lhe fiel até a morte. não tem homem que me diga que não posso. eles tentam, mas eu sempre estou pra essa briga. de pé até o último dia.

sexta-feira me senti uma deusa. abri minhas portas pra um menino lindo. abri meu lugar sagrado, meu altar, minha caverna. agarrei ele com as pernas, trouxe pra perto. eu quis e eu fiz. eu só queria olhar pra ele, beijar a boca dele e me abrir toda pra ele. e entre as minhas vontades e materializações não houve obstáculo. eu quero e eu vou fazer. eu quis e eu fiz.

e eu vou te olhar de novo. porque eu quero te beijar de novo e me abrir de novo. porque eu quero te ouvir falando aleatoriedades enquanto sua boca mexe de um jeito que eu acho sexy. eu vou olhar esses olhos pequenos e fortes, eles são o ponto fraco do meu desejo - você olha, eu me contraio, eu me contorço, eu me derreto de imediato. uma vez líquida meu desejo escorre fácil. eu te mostro, eu te falo. eu vou beijar seu rosto inteiro, seu pescoço com cheiro bom e gosto de correntinha de metal. eu vou chupando tudo como em um ensaio até chegar onde interessa. não me importa seu currículo. não me interessa sua experiência. eu quero e eu te explico o que eu quero. eu vou pegar a sua mão - aquela da tatuagem linda - e enfiar dentro da minha calça. eu vou te dizer o que e como fazer. e vou pedir mais e mais, muito mais do que tive sexta-feira. e olha que sexta-feira eu me senti uma deusa.

mas eu também quero você apenas deitado minha cama, sentado na minha mesa, entretido nos meus livros. do meu lado, sem nada ser obrigatoriamente sexual. eu quero ouvir aquela playlist sentindo seu corpo no meu em um silêncio que só vem com a intimidade. que só vem quando tem mais chocolate do que canivete. eu quero intimidade. eu não tenho medo dela. não tenho medo de afeto. não tenho medo de nada que é bom. não tenho medo de nada. sendo fruto do meu desejo, tudo é de confiança. meu fiel desejo só pode estar certo. se ele faz eu me sentir uma deusa num mundo em que só tem deus, errado ele não pode estar.

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