onde raios eu enfiei a minha criatividade?
Eu fiz o meu site em uma outra plataforma, tudo pronto, ficou perfeito. Desatenta, só vi o preço do domínio depois. Era um dinheiro bem alto, em dólar. Pesquisando outras plataformas, mais baratas, encontrei o Blogger. Quando fui fazer o cadastro, vi que eu já tinha uma conta. Aí eu achei os meus blogs. Blogs antigos, de quando eu era bem mais nova. Achei um de 2007, outro de 2011... Eu tinha três blogs só nessa plataforma e mais uns dois ou três em outras. Eu sempre escrevi. Eu sempre parei. Eu sempre retomei. Sempre fui muito criativa e convivia com essa criatividade. E ela sempre saía pela escrita. Eu acho sim que eu fazia coisas boas, ainda mais com a pouca idade que eu tinha. Eu fiquei bastante emocionada com essa descoberta. E aí eu fiquei me perguntando:
Onde raios eu enfiei a minha criatividade?
Continuei sim muito criativa, esperta, rápida nas palavras, mas parei de escrever tanto. E principalmente, parei de compartilhar. Acho que fui endurecendo. Na época da faculdade saíram algumas coisas criativas, mas acho que a tristeza de certos acontecimentos da minha vida me desconectou disso, sabe? Essa energia criativa foi sendo gasta pra tentar sobreviver e pra vida sexual, de descobertas bastante intensas. E fui endurecendo a própria escrita até que o mestrado acabou fazendo isso de vez. Só agora consigo lembrar disso tudo e me reconectar com tudo isso.
Quero escrever mais sobre isso. Quero escrever mais. E postar no blog. E manter o blog. Porque nunca foi especificamente sobre pesquisar, ensinar ou criar projetos. Sempre foi simplesmente sobre escrever. O que não quer dizer que não seja sobre todas essas outras coisas também, mas a minha atividade principal é escrever. É mais amplo e é mais simples. É onde eu sou eu verdadeiramente desde criança. Quem eu acho que eu sou de verdade, lá no fundo, é essa: uma criativa que fala sobre o que sente e que não tem medo dos outros. E que saudade dela. Foi bom reencontrá-la.
de 2009: a cada dia que passa / as palavras desaparecem a cada dia que passa / eu vou junto com as palavras / sem palavras não sou eu |
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