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Toda vez que eu sinto a morte de alguém

Da newsletter , replicada aqui.  Toda vez que eu sinto a morte de alguém, eu me repasso as mesmas perguntas. Como uma prova, um checklist da vida. Toda vez que eu sinto a morte de alguém, pelo motivo que for. Eu me pergunto por que não estou escrevendo os textos que preciso escrever. Por que não estou lendo os meus livros? Por que não estou comendo direito? Por que evito os exames? Por que deixo o meu corpo em tensionamentos de ansiedades e preocupações que já aprendi que não são minhas? Toda vez que eu sinto a morte de alguém, eu me encorajo profundamente a continuar sendo essa mulher que vai atrás do que quer, que é absolutamente comprometida com seus desejos. Ainda mais se sinto a morte de uma mulher que sempre foi assim. Me encorajo a continuar toda vez que eu sinto a morte de alguém que viveu o corpo, que falou o que pensa, que desafiou os misóginos. Não só eles. Mas toda vez que eu sinto a morte de alguém, eu fortaleço a ideia de continuar incomodando os misóginos. Eles estão...

Coisas que escrevi

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Da newsletter , replicada aqui.  Coisas que escrevi recentemente. Reflexões pessoais, textinhos aleatórios, frases sem compromisso. Coisas que escrevi. Todas com cara de absurdo Completamente atolada de tarefas. Na televisão de fundo tem uma mulher aos prantos porque o homem que a estuprou foi solto, ficou alguns meses na cadeia. Todas escutam com cara de absurdo. Completamente atolada de tarefas. Estou indo realizar o meu maior sonho nos próximos dias. Completamente atolada de tarefas. Ansiedade travando o corpo de um jeito que viro uma concha. Paro em frente à televisão. Todas com cara de absurdo. Fico ali presa uns minutos. Completamente atolada de tarefas. Medo de não dar tempo e fazer tudo, muitas frentes, entregas antes da ida, tarefas sobre o sonho. Ansiedade travando o corpo de um jeito que viro uma concha. Preciso levantar a cabeça, erguer o queixo feito gente metida. Fazer as tarefas com calma. Respirar fundo. Realizo meu maior sonho nos próximos dias. Sei que sou mulher....

Beleza Fatal, Carnaval, filme bissexual e outros assuntos sem rima

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pautas que já estão bem velhas, mas eu consegui inaugurar a newsletter só agora! meu tempo é mais importante que o tempo da internet. publicação originalmente da minha newsletter, link no fim do texto :)  BELEZA FATAL É UMA (ÓTIMA) CARICATURA DO PRÓPRIO GÊNERO Decidi que vou escrever um artigo sobre essa novela. Aqui, então, jogo alguns pensamentos iniciais somente para começar a digerir as ideias e fazer a pesquisa depois. Beleza Fatal é uma novela do streaming (MAX), com quarenta capítulos fechadinhos que foram liberados, de cinco em cinco, a cada semana. Podemos pensar que os capítulos foram feitos para se assistir a um por dia, seguindo o ritual da novela nossa de cada noite. Mas podíamos ver tudo de uma vez, se assim quiséssemos. Podíamos maratonar a novela que nem série, exceto pelo seu último capítulo, que seguiu a tradição e juntou todo mundo no mesmo dia e horário para acompanhar o desfecho. Beleza Fatal foi estruturada nas características da telenovela, mas não em sua ca...

ciclo cinema e literatura - me chame pelo seu nome

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O grupo de pesquisa Mídia e Narrativa realiza neste semestre, junto ao curso de Cinema e Audiovisual, o ciclo “Cinema e Literatura”. Na atividade, serão debatidas adaptações fílmicas de obras literárias. As atividades serão sempre às quartas-feiras, de 13h30 às 17h, na sala Multimeios do prédio 13. O primeiro encontro aconteceu na última quarta-feira, dia 19 de março. Eu, Nanda Rossi, comentei como o livro “Me chame pelo seu nome”, de André Aciman, foi levado ao cinema por Luca Guadagnino. Coloquei livro e filme para conversar. No dia 23 de abril, Bruna Oliveira debate “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho”, de Bia Lessa, adaptado de “Grande sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa. E, no dia 14 de maio, Simone Moura e Zeca Lemos comentam a adaptação do livro “Ainda estou aqui”, de Marcelo Rubens Paiva, pelo cineasta Walter Salles. Eventualmente irei publicar o trabalho que originou essa aula e, claro, divulgo aqui. :)

notinha sobre a fernanda torres

Estava vendo a Fernanda Montenegro na televisão homenageando a filha, dizendo que ela e a nossa cultura atravessaram a Linha do Equador. Puxando Chico Buarque, ela disse que graças a Deus não existe pecado desse lado do Equador. Eu acho que é isso que faz a gente, eu acho que é isso que faz a Fernanda Torres. Não tem pecado, não tem barreira, tem é cinema e televisão, tem é "totalmente drogada" e "totalmente premiada", tem é loucura e elegância juntas ao mesmo tempo aqui agora abaixo da linha. Ultrapassando a linha. Borrando as linhas. Eu repito muito que quero cada vez mais viver uma vida mais artista. É um mote, é um meio. Uma vida mais artista é uma vida mais Fernanda, sabe? Uma vida slaps and kisses, os normais e golden globes. Uma vida mais artista é toda essa pulsão de vida que a gente sente hoje, essa vida aqui debaixo da Linha do Equador. 6 jan

que 2025 seja gostoso de viver como é gostoso de dizer

que 2025 seja gostoso de viver como é gostoso de dizer gosto muito de começo de ano o réveillon tem uma energia jovem energia que eu ando bebendo igual água fresca pra não enferrujar, como é minha tendência os primeiros meses do ano são os meses do corpo a gente canta Ivete Sangalo a gente beija na boca e comemora o meu aniversário nos primeiros meses do ano o trabalho não parece ser mais importante que os amigos coisas muito boas estranhamente me acontecem depois de setembro mas é nos primeiros meses nesses primeiros meses que eu sou uma grande festa 01 jan

eu quero escrever uma newsletter

Eu quero escrever uma newsletter. Quero escrever uma newsletter mensal. Quero publicar um livro de poesias. Quero organizar todas as minhas poesias desde pequetita e lançar um livro num ano bem redondo. Eu quero escrever a minha newsletter todo mês. Quero que você leia, quero que cada um vá receber uma dedicatória específica e cheia de enigmas. Quero falar de televisão, contos, fofocas possíveis, pensamentos doidões sobre gênero e bissexualidade. Quero morar mais no centro. Quero dates a cada uma semana ou duas. Quero ir comprar biscoitos e goiabada no mercado central. Quero ser professora universitária. Quero voltar a conversar nos meus idiomas. Quero ir pro Rio sair com uma menina e um menino de lá. Quero voltar à Itália. Quero mais que tudo voltar a me permitir dizer que meu maior sonho é voltar à Itália. Quero continuar do ponto que duramente alcancei de gostar de chamar atenção. Quero continuar crescendo vertiginosamente. Quero contar pra Nanda menina que ela não odeia mais chamar...