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eu quero escrever uma newsletter

Eu quero escrever uma newsletter. Quero escrever uma newsletter mensal. Quero publicar um livro de poesias. Quero organizar todas as minhas poesias desde pequetita e lançar um livro num ano bem redondo. Eu quero escrever a minha newsletter todo mês. Quero que você leia, quero que cada um vá receber uma dedicatória específica e cheia de enigmas. Quero falar de televisão, contos, fofocas possíveis, pensamentos doidões sobre gênero e bissexualidade. Quero morar mais no centro. Quero dates a cada uma semana ou duas. Quero ir comprar biscoitos e goiabada no mercado central. Quero ser professora universitária. Quero voltar a conversar nos meus idiomas. Quero ir pro Rio sair com uma menina e um menino de lá. Quero voltar à Itália. Quero mais que tudo voltar a me permitir dizer que meu maior sonho é voltar à Itália. Quero continuar do ponto que duramente alcancei de gostar de chamar atenção. Quero continuar crescendo vertiginosamente. Quero contar pra Nanda menina que ela não odeia mais chamar...

oh! to be 31, live alone and dance around the house

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  da madrugada:⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ são 02:47 de sexta pra sábado. me peguei rolando meu feed do instagram até bem mais embaixo, na época que eu tava me formando em cinema. nesse caminho nostálgico, eu encontrei muitos textos corajosos, abertos, explícitos sobre a minha saúde mental. fiquei impressionada. lembrei de tudo mais uma vez. como foi difícil viver os meus vinte. e como eu fiz coisas grandiosas, admiráveis pra idade e ainda vivi um tanto, mesmo doente e apavorada. como eu era lindamente vulnerável sobre o que pensava e sentia, como sempre fui assim. vi um texto em que eu falava que tremia o tempo todo que estava na rua. que o normal era isso. e era verdade. como eu era corajosa. braba mesmo de insistir na vida e de nunca ter tido medo de compartilhar nada com vocês. são 2h53 da sexta pro sábado, amanhã vou viver um monte porque meus quase trinta e dois andam sendo muito felizes, saudáveis, verdadeiramente tranquilos e em completa homenagem à nanda que fui aos vinte. ela, insistente, s...

escrever de um tudo

Eu vou parar de fingir que não quero escrever literatura, que não quero fazer ficção da minha vida, contar meus casos em contos, narrar meus acontecimentos nos mais diversos lugares dessa cidade, contar quando morei em outra, fabular em minha trajetória. Eu quero fazer meus artigos, quero fazer minha tese e quero ainda escrever um livro só sobre bissexualidade. Mas eu não posso mais fingir que não quero fazer dos homens personagens e das mulheres estrelas. Não posso mais fingir que não vou fazer poemas, pendurar as estrofes na parede, fazer literatura com o tempo. Outro dia conversei com um amigo sobre como não dá mais pra eu não admitir que sou fofa e afetuosa, que também não dá mais pra eu volta e meia duvidar da minha inteligência. Coisas que já superei. Começo a admitir que também não dá mais pra reprimir essa criatividade. Quero escrever de um tudo. Bom, ruim, excelente, péssimo. Quero me autorizar a fazer.  setembro de 2024

mulher das artes

Hoje acordei toda alegrinha porque ontem estudei até a mente derreter. Hoje minha psicóloga disse que eu sou uma mullher das artes. Eu sou. Sentei aqui no café e fiquei muito feliz com a playlist. Só música que eu gosto. Tava tocando uma que eu ando amando, que diz que words can only do harm. Discordo dessa parte. Palavras me fazem engolir mais palavras. Que prazer a literatura. Eu quero explorar o que o texto diz, eu quero explorar o que dizem do texto, eu quero dizer do texto e do que dizem do texto e eu quero dizer os meus próprios textos. Eu tinha esquecido como a Letras me faz escrever. Mais arte me faz mais artista. Mulher das artes. Hoje tomei um belo corte na análise, respondendo a uma pergunta sobre meu pai. O movimento da psicanálise de desvendar os sentidos da linguagem me lembra que faço tarefas semelhantes na sala de aula e ali na sessão. Analiso palavras. Tenho uma guia para os meus raciocínios nos dois espaços e sei que essas são das coisas que mais amo fazer. Eu achava ...

II seminário nacional de estudos bissexuais

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sempre vai ter um monte de nerd que curte a mesma coisa que você. encontre a galera que entende suas piras. a minha pira é essa e agora as minhas fotos com a bandeira bissexual estão renovadas e, se vocês repararem, eu não apareço mais nelas sozinha ou com duas ou três pessoas como no começo da minha jornada. comentei com inácio que nos agradecimentos da minha dissertação agradeci ao movimento bissexual, à comunidade. e tenho certeza que nos agradecimentos da tese, que um dia irá existir, eu terei que listar uma série de grupos além dos que citei antes. porque agora, além da comunidade valiosa de antes, eu tenho também a prática de trocar as minhas viagens de pesquisa, as minhas abstrações, com pessoas pesquisadoras da bissexualidade, que viajam junto comigo e que ajudam a encontrar respostas - ou perguntas, mais frequentemente. poder ter essa comunidade como pesquisadora é ouro. como dá pra ver e sentir, eu fui muito feliz na minha experiência no senabi e principalmente no GT de comun...

I encontro nacional do movimento bissexual brasileiro

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 _os encontros do encontro_ Como vocês podem ser pessoas tão afetuosas, inteligentes, gatas, que fazem coisas incríveis e se destacam no que fazem, tudo ao mesmo tempo agora? Esse encontro ia dar certo, já que vocês eram responsáveis por ele e, poxa, basta olhar pra vocês. Gente ativa, de mente esperta, coração disponível e corpo disposto. A gente faz o que a gente quiser. Cheguei na quinta-feira à noite em uma ansiedade quase birra, porque todo mundo estava aqui menos eu. Sexta-feira cheguei no espaço o mais cedo que consegui e foi trabalho, emoção e trabalho. Chorei sem nem conseguir perceber logo na mesa de abertura. Tudo depois continuou também lindo e depois quero tentar falar das mesas, da programação, do legado. No fim do dia, chorei de novo na roda de validação e acolhimento. Falar de bissexualidade e comunidade pra mim é sensível e lindo. Ainda deu pra relaxar em um tempo curto, mas que me deixou ter brindes e risadas pra abastecer pra manhã seguinte. Sábado foi mais um di...

trajetória bi

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[lá vem a emocionada fazer textão!!!] _meus encontros_ por aqui são cerca de onze anos de reconhecimento e luta pela bissexualidade.  coisas que só vieram juntas porque em uma sorte salvadora, eu logo de cara encontrei o movimento.  e, mesmo nas fases mais focadas na militância, na pesquisa ou na manutenção da vida, sempre foi tudo tudo tudo sobre os encontros. em todos os espaços em que circulei: nas universidades, nas ruas de beagá, em cima do trio na parada, no twitter, nas mil lives pandêmicas, nos espaços públicos, no CRJ, no CRP-MG, na Frente Autônoma LGBT, na Frente Bi de BH, na UFMG, na Fumec, na PUC, nos DAs, nos eventos acadêmicos, nas conferências municipal e estadual, n’O Tempo, no Cine B, no Senabi, na Frente Bissexual Brasileira, na mesa de bar e na casa das pessoas. (e a escolha das fotos foi uma tentativa dificílima de representar a maioria deles). <em todo e qualquer espaço que eu tenha frequentado, o que sempre me foi central foram os ENCONTROS.> eles m...